O ineditismo do atual momento no Brasil é promissor. O volume de ações desenvolvidas pelas empresas na agenda de diversidade, equidade e inclusão de pessoas historicamente excluídas e minorizadas nos ambientes corporativos, não tem precedente. A tendência irreversível da pauta ESG, ao mesmo tempo que estimula, se enriquece com esse momento.
Atuar de forma ética e ser financeiramente sustentável, já não são fatores suficientes para posicionar positivamente uma organização frente aos seus principais stakeholders. É preciso ir além. Grande parte das empresas listadas na bolsa divulgam informações sobre suas métricas de diversidade, conforme aponta a pesquisa “Divulgações de ESG no Ibovespa”, realizada pela PwC Brasil. Porém, é notória a discrepância das agendas internas quando comparamos a quantidade daquelas que divulgam metas sobre equidade de gênero (97%) versus as divulgações de metas relacionadas à equidade racial (46%).
Nas entrelinhas aparece a dificuldade que temos em compreender as pessoas como seres interseccionais. O debate não pode continuar se abstendo da equação gênero, raça e classe social. Somos uma nação em que esses três fatores nascem e andam juntos durante toda a vida de um indivíduo.
A inclusão dos conceitos de cidadania corporativa e responsabilidade social no centro dos negócios se faz necessária para compreender que é possível equilibrar os aspectos ambientais, financeiros e sociais na gestão de uma organização. Tratar dos mais diversos marcadores sociais não é uma opção para nós líderes, mas sim, uma atitude consciente e responsável que a sociedade brasileira precisa e espera de todos nós.
Marco Castro
Sócio Presidente da PwC Brasil