Fonte: IstoÉ Dinheiro
Chegamos ao tão aguardado ano novo, um aguardado novo ciclo de esperança e de dias melhores. O problema é que com ele, historicamente, seguem-se as fortes chuvas de verão as quais nos lembram do nosso passivo climático.
A sustentabilidade não tem como finalidade primeira a governança ou o crédito de carbono, mas as gerações futuras, ou seja, as pessoas, as quais, por vezes, são deixadas de lado. Por exemplo, 98% dos investidores brasileiros dizem que relatório corporativo de sustentabilidade contém informações não comprovadas ou suportadas por ações ou fatos, segundo a Pesquisa Global com Investidores 2023 da PwC. No contexto mundial, esse índice de percepção é de 94%.
O Brasil pode ser um protagonista mundial quanto a questões do clima, mas dessa vez precisará encerrar de uma vez a cisão existente na sociedade, principalmente a racial, ou seja, não pode haver uma pequena parte da sociedade que compra e vende créditos de carbono e outra, composta pela grande maioria, que suporta todos os efeitos terríveis da emissão do carbono. Não haverá transição energética, economia descarbonizada e desenvolvimento social sustentável para ninguém, muito menos para as futuras gerações, se insistirmos na ideia de um Brasil de brancos abastados e outro de pobres, negros e quem sobrar.
O desafio climático que cada vez mais se aproxima, se não for enfrentado de forma responsável e coletiva, corre o risco de tornar-se insuperável, e, possivelmente, uma catástrofe humana sem precedentes. Que nesse ano que se inicia consigamos alterar rapidamente o curso da história, caminhado com firmes passos em direção a um desenvolvimento econômico sustentável e a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.