Veja as cinco empresas com as melhores notas no Índice de Equidade Racial 2023

Fonte: Folha de S. Paulo

Mercado Livre, Corteva, EY, Vivo e PepsiCo tiveram as melhores notas no Iere (Índice de Equidade Racial nas Empresas) 2023 e ficaram com os primeiros lugares no ranking, que avaliou as ações afirmativas de 48 empresas no combate às desigualdades raciais no mercado de trabalho.

O resultado da edição de 2023 foi apresentado nesta sexta-feira (17) no Fórum Internacional de Equidade Racial Empresarial, que acontece na Fiesp.

O Mercado Livre, que estreou no índice, ficou em primeiro lugar, com 55,9%. A Corteva, do agronegócio, foi a segunda colocada, com 55,4%. Em 2021, ocupou o quinto lugar e o primeiro em 2022. A terceira colocação ficou com a consultoria empresarial EY, com 53,1% (a empresa também estava entre as mais bem classificadas dos dois últimos anos). A Vivo ficou na quarta posição, com 51,8% (a operadora de telefonia havia ocupado a segunda colocação em 2020, primeira em 2021 e terceira em 2022). A PepsiCo também estreou no ranking e ficou em quinto lugar, com 51,7%.

“Todo ano as empresas competem para estar neste ranking. Esse é o reconhecimento delas”, diz Raphael Vicente, diretor-geral da Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial. O objetivo também é criar um referencial para orientar as companhias sobre seu estágio no combate ao racismo e criar um espaço para compartilhar experiências. A publicação é da Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial em parceria com a Faculdade Zumbi dos Palmares, Afrobras e empresas signatárias da iniciativa.

A quarta edição contou com a resposta de 48 empresas ou organizações dos setores da indústria de transformação (37,5%), comércio, transporte, armazenagem e correio (14,6%) e atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (14,6%), entre outros.

O faturamento somado em 2022 das empresas ou organizações participantes desta edição foi de aproximadamente R$ 973,5 bilhões, o que corresponde a cerca de 9,8% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro deste ano.

AS NOTAS E OS PESOS DE CADA EMPRESA ESTÃO DISTRIBUÍDOS ENTRE SEIS PILARES:

  1. Recenseamento Empresarial (número de profissionais negros contratados ou em cargos de gerência, supervisão e outros);
  2. Conscientização (ações sobre inclusão e diversidade racial);
  3. Recrutamento (nível de flexibilização do processo seletivo em nome da diversidade racial);
  4. Capacitação (investimento no desenvolvimento e nas habilidades dos profissionais negros);
  5. Ascensão (planos de carreira e critérios de promoção para profissionais negros);
  6. Publicidade e engajamento (implementação de ações afirmativas e criação de canais para recebimento de denúncias de racismo)

Todas as empresas recebem um relatório sigiloso com a análise sobre o próprio desempenho e indicações sobre o que outras companhias fizeram para terem melhores resultados. “Assim é possível ter referências. É uma competição saudável. Até 2020 não se tinha a cultura de relatar a questão racial. Portanto, não havia referencial. O índice é essa ferramenta para gerenciar, mensurar e mudar a cultura das empresas”, diz Vicente.

Segundo ele, o IERE foi criado junto com as empresas e é o primeiro da América Latina. O documento sempre é assinado pela mais alta liderança de cada companhia participante, que assume dez compromissos com a promoção da diversidade. Vicente afirma que, após essa assinatura, é realizada uma preparação de seis meses por meio de workshops e reuniões com as lideranças. A empresa também precisa comprovar, por meio de documentação, pesquisa e estatística, como tem aplicado os pilares na instituição.Para o diretor, a discussão de temas como discriminação e racismo evoluiu nas empresas, mas ainda se levará muito tempo para a formação de uma base em termos de resultados. “Os números estão aquém do que deveriam ser.”

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