Previ vai priorizar minorias nos conselhos em 2024

Fonte: Valor Econômico

A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, deverá indicar candidatos aos conselhos de administração da Gerdau, Fras-le, Invepar, Vibra, BRF e Hmobi na próxima temporada de assembleias, entre março e abril. Essas são as companhias, dentro do portfólio de participadas da Previ, que vão passar por eleições para os respectivos colegiados em abril. A fundação também fará indicações a conselhos fiscais.

No total, o maior fundo de pensão do país poderá indicar 75 candidatos, que vão disputar vagas em 35 empresas. Os postulantes a conselheiros devem passar por um processo interno da Previ que, pela primeira vez, vai priorizar grupos sub-representados como mulheres, negros, pessoas com deficiência e LGBTQIAPN+. O objetivo é que 40% dos indicados em 2024 pertençam a estes grupos.

Até 2023, a entidade tinha foco maior nas indicações femininas, que dobraram nos últimos dez anos. Mas reconhecia que a diversidade nos conselhos era baixa e que havia espaço para avançar.

“O processo [de seleção de conselheiros] é robusto. Selecionamos um banco de conselheiros qualificado. É feita filtragem pela diretoria de participações e os nomes passam pela diretoria-executiva da Previ e depois seguem para o conselho deliberativo para a aprovação final”, diz João Fukunaga, presidente da Previ.

Podem fazer parte da lista tanto funcionários e aposentados do Banco do Brasil quanto pessoas que não são ligadas ao patrocinador. Estas costumam ser apontadas pela entidade quando há necessidade de habilidades não encontradas em associados ou em situações de potencial conflito de interesse. É o caso, por exemplo, de conselhos de outros bancos em que a Previ também é investidora, como Bradesco e Itaú. A proporção de indicados costuma ficar entre 60% de pessoas ligadas ao BB e 40% de externos. Em todos os casos, é preciso participar da seleção.

O banco de conselheiros da Previ terá 364 vagas em 2024. O prazo para inscrição encerrou-se na sexta-feira (19) e a entidade recebeu 519 inscritos. Cerca de 45% faziam parte de grupos sub-representados. Caso esse percentual ficasse abaixo de 40%, a Previ buscaria nomes para atingir o patamar desejado, o que não deverá ser necessário, segundo o diretor de participações da entidade, Fernando Melgarejo.

Qualquer interessado em fazer parte desse banco precisa, além da formação acadêmica, ter certificações como a formação de conselheiros do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) ou do CFA Institute. Outro pré-requisito é a experiência profissional. A Previ exige passagem mínima de três anos em cargos de pelo menos alta gerência executiva em empresas de capital aberto. Na etapa classificatória, os candidatos sub-representados terão acréscimo de 10% na pontuação total.

A Previ tem participações em empresas como Vale, Neoenergia, Banco do Brasil, Ambev e Petrobras. A diretoria de participações da Previ acompanha 40 empresas de forma mais próxima. No ano passado, o fundo de pensão participou de 47 assembleias. Hoje a Previ é essencialmente um acionista minoritário e também acessa outros investidores em busca de apoio mútuo. Em 2023, não emplacou conselheiros em duas companhias. Conseguiu eleger cerca de 90 conselheiros, entre fiscais e de administração. “Não significa que teremos êxito na colocação do conselheiro ao indicar os nomes. Mas a história nos mostra que temos um êxito significativo”, afirma Melgarejo.

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